O açougueiro aposentado de 57 anos, Miguel Furtado, vive uma rotina de cuidados e atenção com a saúde, em razão das várias complicações que teve por conta do diabetes. Há oito anos ele faz sessões de hemodiálise três vezes por semana. Para diminuir a preocupação, ele conta com o apoio da Prefeitura de Belém, por meio do projeto ‘transporte social’, que leva os pacientes para fazer hemodiálise em segurança.
Casado e pai de três filhos, Miguel já realizou mais de mil sessões e explica que o maior problema durante esses anos foi a locomoção. Segundo ele, era um sofrimento toda vez que precisava ir à clínica, pois não possuía veículo próprio.
“Depois que passei a utilizar o carro da Prefeitura - transporte social - minha rotina mudou completamente. Antigamente eu precisava contar com a ajuda de amigos para conseguir um carro, que na maioria das vezes estava bastante deteriorado, agora vou em um automóvel novo e confortável”, ressalta o aposentado.
Em setembro deste ano, 16 novos veículos foram entregues para atender a saúde na capital, sendo oito vans destinadas para o ‘transporte social’. O restante foi entregue ao programa “Melhor em Casa” – que leva a equipe médica até a residência do paciente – para o Departamento de Vigilância em Saúde, saúde mental, consultório na rua e para o programa de tuberculose.
A iniciativa, por meio do transporte, está beneficiando mais de 100 pacientes do município de Belém, incluindo os distritos de Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro. O projeto realiza atendimento de pacientes portadores de doença renal crônica, em tratamento de hemodiálise, e dá prioridade a idosos; cadeirantes com mobilidade reduzida; debilitados em inicio de tratamento; amputados; cegos e os que se encontram em reabilitações cirúrgicas.
De acordo com a diretora da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará, Belina Soares, o publico alvo são usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que apresentam vulnerabilidade socioeconômica e não têm condições de usar o transporte coletivo devido suas condições físicas e, que não podem custear umtransporte particular para sua locomoção até a clínica.
“Comprovamos a eficiência do projeto através do quadro clínico dos pacientes. Eles chegam mais tranquilos para fazer a hemodiálise, sabem que além de ter o conforto durante o trajeto, têm a garantia de saída e retorno para suas casas. Ou seja, Belém está sendo um exemplo para as demais cidades”, avalia a diretora.
Para o secretário de saúde, Sérgio Amorim, a entrega dos veículos reforçou a condução de usuários entre estabelecimentos de saúde ou para as atividades terapêuticas.
“Quando nós entregamos as vans, confirmamos a excelência do trabalho dentro da secretaria para os usuários do Sistema Único de Saúde, em Belém. O transporte social serve de apoio para os usuários que necessitam dar continuidade aos tratamentos de reabilitação, ampliando a oportunidade de acesso aos serviços de saúde, visando o atendimento integral e humanizado além de reforçar a acessibilidade à pessoa humana”, afirma.
Procedimento – os pacientes referenciados do SUS são encaminhados pelo serviço social de nove clínicas de Nefrologia atuantes na capital, para a prestação de serviço de transporte social.
As clínicas parceiras são: Centro de Hemodiálise Monteiro Leite; Clinica do Rim; Nefroclínica; Ophir Loyola; Hospital de Clinicas; Santa Casa; Clínica de Hemodiálise de Belém; Centro de Hemodiálise - Cehmo; Beneficente Portuguesa (Pro-rim).