Há seis meses, a família do Isaack Luiz Saraiva, de 6 anos, descobriu que ele tinha o tumor de Wilms, um tipo de câncer renal comum em crianças. Ele e a mãe, Ana Lúcia Saraiva, precisaram largar tudo em Bragança, onde moravam, para se estabelecer em Belém e encarar a rotina intensa do tratamento.
Hoje, Issaack é uma das 35 crianças e adolescentes que, enquanto fazem tratamento contra o câncer no Hospital Oncológico Pediátrico Otávio Lobo, são acolhidas pela Casa Ronald McDonald. “Desde que começou o tratamento, a Casa nos acolheu e tem nos apoiado muito. Aqui temos um quarto com banheiro só pra gente, refeições diárias, os profissionais e professores que nos ajudam. Se não fosse isso, eu teria de alugar uma casa, porque não teria onde ficar, além de outros custos. Isso nos incentiva a seguir até o final no tratamento dele”, disse a mãe.
Para aumentar a capacidade de atendimento, a Prefeitura de Belém doou um terreno, anexo ao local, com cerca de 370 metros e todo regularizado. A entrega da área para a Associação Colorindo a Vida, gestora da Casa Ronald, McDonald, foi oficializada em uma pequena cerimônia, ontem, 04, com a presença das crianças, responsáveis, funcionários da casa, profissionais da saúde e autoridades.
O prefeito Zenaldo Coutinho levou, pessoalmente, o documento de transferência do terreno e conheceu as instalações do espaço. “A prefeitura, ao fazer essa doação, mostra que valoriza o trabalho que é realizado pelo instituto, que é dar um aporte necessário para essas crianças e suas famílias. Esperamos que eles ampliem seus serviços sociais, sejam exemplo para outras iniciativas como essa”, frisou o prefeito.
Atualemte, a capacidade total da Casa já foi atingida e outros pacientes esperam na fila para conseguir acolhimento. Os atendidos devem ter de 0 a 18 anos e serem oriundos de municípios localizados a partir de 50 km da capital. De acordo com a presidente do Conselho Deliberativo da Colorindo a Vida, Laura Rossetti, a Casa Ronald McDonald é uma organização não governamental que se mantém de ajuda de parceiros e realização de eventos para oferecer hospedagem, alimentação, transporte e acompanhamento em várias áreas das crianças e adolescentes, durante o tratamento.
Cada criança atendida fica hospedada em um quarto com direito a uma acompanhante, além de ter acesso a outros espaços como o de convivência, brinquedoteca e sala de leitura. “O ambiente busca ser um complemento para que eles possam seguir no tratamento. Temos 32 profissionais para dar suporte em várias áreas como o psicológico, assistência social, educação, saúde, recreação e lazer. Com a ampliação poderemos atender mais crianças, por isso, somos gratos pela doação da prefeitura”, afirmou a presidente.
Outra frente que a associação também está trabalhando, segundo a presidente, é um projeto de diagnóstico precoce já realizado em alguns municípios como Santarém, Castanhal, Marabá e Barcarena. Ele leva capacitação para profissionais da saúde identificarem os primeiros sintomas do câncer nas crianças. “A Associação ganhou um prêmio internacional por esse trabalho e vamos recebê-lo em Chicago este ano. O mote do projeto é ‘quando se sabe antes, o futuro fica melhor’, ou seja, quanto antes se descobre a doença, mas chances temos de reverter seus efeitos e salvar vidas”, destaca Rossetti.
